Já faz algum tempo que a internet se tornou uma ferramenta para ganhar dinheiro. A pandemia de covid- 19 potencializou e acelerou essa prática. Em 2022, o e-commerce cresceu 20%, conforme dados do Ministério da Indústria, e movimentou mais de R$ 187,1 bilhões. As redes sociais se tornaram formas diferenciadas de fazer contato para vender e também gerar renda. Segundo a Comscore, empresa norte-americana de análise da internet, em um ranking liderado por Índia e Indonésia, o Brasil é o terceiro país que mais consome redes sociais.
Atrás dos brasileiros vêm, pela ordem, os norte-americanos, os mexicanos e os argentinos. Contudo, apesar de muitas opções de geração de renda, seja como prestadores de serviço, vendedores, produtores de conteúdo, seja como influenciadores digitais, muitos não sabem como dar os primeiros passos para lucrar usando a internet. Para Gilmara Gonçalves, especialista em inteligência emocional, comportamento e finanças e CFO da Genezys Global, se há público, tem que existir produto para que ele consuma: “o brasileiro consome mesmo. A pergunta é: o que oferecer? Para chegar à resposta é simples: pense em que área, no dia a dia, você consegue gerar transformação na vida das pessoas que você tem a oportunidade de tocar. Pronto. Ofereça isso na internet”, aconselha.
Ela não considera que exista uma área mais promissora do que outra. “Há pessoas na internet vendendo curso de ‘como fazer um chanel perfeito’ e faturando milhões. Não existe uma regra. Se garanta no que você faz bem e escale isso na internet. Para avaliar se está apto a exercer tal função, comece pela expertise, não necessariamente por um diploma, salvo as áreas da saúde, por exemplo, nas quais o diploma e a experiência são o que mais contam. Você pode começar pelo TikTok ou Instagram, modelando alguém que já performa bem na área ou no tema em que você deseja atuar”, orienta.
Segundo uma pesquisa da Nielsen, empresa global de informação e dados, na categoria Instagram, o Brasil é líder mundial de influenciadores digitais, com mais de 10,5 milhões. “Essa ‘profissão’ envolve indivíduos que têm um grande número de seguidores em plataformas como Instagram, YouTube, TikTok e outras redes sociais e capacidade de influenciar o comportamento e opiniões deles. A lucratividade depende do tamanho e do engajamento da audiência, além da capacidade do influenciador de colaborar com marcas e criar conteúdo que ressoe em seu público”, explica Gilmara.
Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, avalia que o sucesso financeiro nessa nova profissão não é algo tão fácil: “esse fenômeno é interessante, mas nem todos ganham dinheiro. Tenho, por exemplo, colegas professores que investem nessa frente de redes sociais e no YouTube. Eles têm um trabalho diário e que não é pouco de produzir o conteúdo e falar sobre um tema, por exemplo, e não estão ricos por causa disso. Eu entendo que é preciso planejar bem, pois poucos atingem uma renda substancial”.
Outra área com potencial de ganhos é a de investimentos via internet. Para o professor Marcos, é preciso ter cuidado com sites e canais relacionados a esse conteúdo e procurar orientação profissional. “Como professor de finanças estou acostumado a ver pessoas prometendo riqueza fácil e ganhos extraordinários, sem contar as pirâmides e outros golpes. Há pessoas que dizem: ‘você faz daytrade (obtenção de lucro com a oscilação de preços de ativos financeiros) e vai ficar rico’. É no mínimo duvidoso. Conheço pessoas que têm competência e experiência, mas, para chegar nesse ponto, trabalharam por muitos anos no mercado financeiro até que acumularam conhecimento suficiente para obter ganhos consistentes”, avalia.
No final do mês passado, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que regulamenta e taxa empresas de apostas on-line. O texto ainda depende de sanção presidencial para passar a valer. O fato é que, legais ou não, as apostas são altamente disseminadas na web. Em relação a isso, o professor questiona: “como é que você vai obter renda baseado na sorte? Pode acontecer que você ganhe uma bolada, mas acredito que essa atividade não deva ser encarada como uma forma de gerar renda, mas como entretenimento”.
Gilmara deixa algumas dicas para quem quer ter renda lícita usando a internet: “pesquise as oportunidades e encontre sua paixão. Pode ser desde escrita, design, programação, ensino de habilidades específicas até hobbies que você possa monetizar. Eu gosto sempre de lembrar que o sucesso geralmente requer persistência, flexibilidade e a capacidade de se adaptar às mudanças. Não desanime diante de obstáculos e use cada desafio como uma oportunidade de aprendizado para melhorar
suas estratégias e alcançar seus objetivos”.
fonte https://www.universal.org/noticias/post/como-ganhar-dinheiro-pela-internet/
