
O volume de transações usando o PIX mais que dobrou entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022, saltando de 1,4 bilhão para quase 3 bilhões, segundo o Banco Central. Contudo os golpes usando essa modalidade de transferência bancária igualmente cresceram e mais de 1,7 milhão de pessoas foram enganadas em 2022, conforme pesquisa da fintech de proteção financeira Silverguard. O estudo, divulgado há dois meses, também mostra que os mais vulneráveis às fraudes são pessoas acima de 60 anos e quem pertence às classes D e E, embora pessoas de todas as idades e classes sociais figurem entre as vítimas.
O advogado Guilherme Guidi, pesquisador e professor de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e head de direito digital do escritório Freitas Ferraz Advogados, diz que a segurança do sistema PIX é garantida pelo Banco Central e pelas instituições financeiras participantes. “Apesar disso, é um sistema aproveitado para aplicação de golpes, pois permite transferências praticamente instantâneas entre contas bancárias. Os mesmos golpes que já eram aplicados há anos hoje podem ser realizados com PIX”, afirma.
Segundo ele, os exemplos mais comuns são situações em que o criminoso exige que a vítima faça várias transferências ou desbloqueie o celular para que ele mesmo possa fazer essas transações mais tarde. “O grande risco, contudo, são casos de quem usa a internet para aplicar esses golpes. É comum que essas pessoas se passem por familiares, amigos ou mesmo instituições reais, como um banco, para convencer a vítima por mensagens, ligações ou WhatsApp, por exemplo, a fazer transferências via PIX. Isso é o que chamamos comumente de engenharia social.”
Guidi esclarece que, apesar da comunicação da fraude ao banco, não há garantia da recuperação do valor integral do dinheiro. “Isso porque, além da análise do banco recebedor se a transação foi uma fraude ou não, a devolução depende de o valor estar ainda disponível na conta do fraudador. Se o fraudador saca o dinheiro logo depois de aplicar o golpe, quando a vítima comunicar o banco já não haverá dinheiro na conta dele para ser devolvido”, orienta.
Guidi lembra da máxima de que prevenir é melhor do que remediar: “os passos básicos são proteger aplicativos bancários com senha, sempre desconfiar de contatos com solicitação de informações bancárias ou realização de transações, mesmo de pessoas de confiança, e estabelecer limites diários de transações no seu aplicativo bancário com seus familiares e amigos. É indicado até ter um celular apenas para uso de aplicativos bancários, que seja sempre deixado em casa, e outro que você use todos os dias”, conclui.
fonte https://www.universal.org/noticias/post/como-se-proteger-dos-golpes-com-o-pix/



