Tem sido cada vez mais comum ser vítima ou conhecer alguém que perdeu dinheiro em uma pirâmide financeira. Descubra o que é e como não cair nessa armadilha
Já ouviu falar de Telexfree, Boi Gordo, Avestruz Master e Atlas Quantum? Sabe o que esses nomes têm em comum? Não são as ligações telefônicas via internet, os animais nem as criptomoedas. Essas “empresas” arquitetaram os maiores esquemas de pirâmide financeira do Brasil. Elas enganaram milhares de brasileiros com seus golpes bem elaborados, que envolviam figuras públicas e movimentaram bilhões de reais.
Mas esse tipo de estratégia não está restrito ao Brasil e nem o centro financeiro do mundo escapou dele. Em 2008, com a crise nos Estados Unidos, Wall Street foi palco do maior esquema de pirâmide do mundo, orquestrado por Bernie Madoff. Ele conseguiu driblar os órgãos fiscalizadores e desmentir as denúncias contra si e sua empresa por mais de 15 anos, até que sua pirâmide ruiu, com os US$ 20 bilhões captados e os US$ 45 bilhões de suposto lucro.
Apesar desses golpes ganharem destaque nos noticiários, todos os dias pessoas são lesadas por acreditarem cegamente na promessa de rentabilidade exorbitante e bem acima da taxa Selic (taxa básica de juros da economia brasileira que, atualmente, está em 13,75% ao ano).
Por que isso acontece? “Muito simples. Pela ganância. Sempre, absolutamente sempre, a pessoa que foi enganada no esquema de pirâmide tinha, no fundo, a ambição de levar vantagem, de chegar mais rápido e de cortar caminho. Então, pelo fato de a pessoa ser ingênua ou mesmo mau-cárater, a ganância faz com que ela acabe caindo em golpes”, diz Thiago Martello, educador financeiro e especialista em investimentos.
Esteja em dificuldade ou em ascensão financeira, qualquer um pode cair nesse tipo de armadilha. O Centro de Estudos Comportamentais e Pesquisas (Cecop), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), traçou o perfil das vítimas de fraudes financeiras no País: a maioria delas são homens com idade entre 30 e 39 anos, com renda familiar entre dois e cinco salários mínimos e pós-graduados. A pesquisa quantitativa revelou também que “as criptomoedas aparecem como o produto de investimento mais citado pelas vítimas, correpondendo a 43,3% dos respondentes”.
“De uns cinco anos para cá, as pirâmides financeiras têm sido atreladas aos criptoativos, ou seja, às criptomoeda, predominantemente o bitcoin. Mostrado como produto, colocado ali apenas para dar um ar de normalidade, mas, no final do dia, é um mero enfeite usado como desculpa para criar o sistema de pirâmide”, alerta Martello. Para descobrir mais detalhes desses esquemas fraudulentos e como lidar com eles, leia as informações no infográfico ao lado.
FONTE https://www.universal.org/noticias/post/dinheiro-facil-corra-que-e-cilada/