4 Respostas Simples para o Ateísmo Científico

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A falta de conhecimentos científicos pode fazer com que cristãos se sintam vulneráveis, ao conversar com amigos descrentes, sobre o por quê que a fé é superior ao ceticismo. Muitos estudantes universitários descobrem o ateísmo através de aulas de ciências; alunos que entraram na universidade como cristãos, têm a sua fé altamente testada em seus estudos, e muitos desistem da luta, simplesmente porque pressupõem que um professor de biologia deve estar correto sobre a existência de Deus. Quando um pouquinho de fé infantil se defronta com uma grande quantidade de ateísmo aprofundado, o medo pode assumir o controle.

Isto é desnecessário. Não é necessário ter uma licenciatura em ciência para ter algo a dizer àqueles com objeções científicas à fé. Aqui estão quatro respostas simples para os que afirmam que a ciência desmente a ideia de Deus ou faz com que a crença em Deus seja desnecessária.

  1. Não podemos saber pela ciência, se a própria ciência é a melhor fonte de conhecimento.
    Há duas possibilidades, quando se trata de conhecimento humano através da ciência. A primeira é que tudo que é real é, de fato, redutível a princípios científicos. Tudo — do universo, às emoções humanas, às experiências espirituais — é explicável através da pesquisa científica. A outra opção é simples: Nem tudo que existe pode ser explicado através da ciência.

Eis porque esta questão é importante. Se a primeira opção for verdadeira, então, logicamente, a ciência é o modo supremo do conhecimento, e tudo o que cremos sobre qualquer coisa, deve estar em submissão a ela. O problema, porém, é que esta premissa de que toda a realidade é, em última análise, explicável através de conceitos científicos, não é em si uma teoria cientificamente demonstrável. É uma premissa filosófica, não uma conclusão científica. A única maneira de se provar definitivamente que a ciência explica tudo, seria ter um conhecimento exaustivo de toda a realidade, e então, ser capaz de explicar (utilizando apenas dados científicos) o que é a totalidade da realidade e o que ela significa. Tal façanha é impossível. Portanto, a crença de que a ciência é a melhor fonte de conhecimento, necessita ser aceita pela fé, uma vez que não pode ser verificada através de testes.

  1. O consenso científico pode mudar e frequentemente muda. Isto limita a sua autoridade epistemológica.
    A natureza progressiva da investigação científica é essencial para o seu valor. Quando feita corretamente, a ciência pode corrigir seus próprios erros. Mas isto pressupõe que a ciência possa cometer erros. Se isto for verdade, devemos perguntar: Como determinar o que é um erro no consenso científico de hoje, e como saber o que é absolutamente verdadeiro?

Esta é uma pergunta importante a ser feita aos céticos quanto à religião, que se baseiam na ciência. Uma provável resposta é que a ciência pode estar errada em quase tudo o que diz, mas, quase certamente, não está errada sobre aquilo que não diz (ou seja, se a ciência não revelou a Deus até agora, não é racional pensar que ainda vai revelá-lo). Mas esta objeção erra o alvo. Não esperamos que a ciência tenha explicado exaustivamente alguma coisa antes de acreditar nisto. Se isto fosse assim, então 99% dos seres humanos no planeta não poderia acreditar nas realidades mais básicas da existência, ou então, seria irracional crer sem ter um conhecimento científico absoluto. Se o consenso científico atual aponta para a não existência de Deus (um ponto altamente discutível), então quem pode dizer que o consenso não pode mudar? Se puder, então a autoridade intelectual da ciência é limitada e a expectativa que continuará a se opor à crença religiosa, é mais uma questão de fé.

  1. Somente o teísmo sobrenatural fornece uma justificativa racional para o trabalho científico.
    A redação deste ponto é importante. Se deixarmos de fora a palavra “racional”, então a declaração seria realmente falsa e muito fácil de refutar. Não é necessário o teísmo sobrenatural para ser curioso, ou explorar o mundo natural. Mas o teísmo sobrenatural é essencial para haver uma justificativa racional para a ciência. Qual é o sentido de “racional” aqui? Quer dizer que, quando a investigação científica é feita com a pressuposição de que não há maior inteligência do que a inteligência humana evoluída, está-se fazendo um juízo de valor a qual não tem o direito de fazer.

Por que o conhecimento é melhor do que a ignorância? O ateu responderia que a ignorância tem menos valor do que a verdade para a sobrevivência, afinal de contas, se acreditarmos em coisas erradas ou não soubermos o suficiente sobre o nosso ambiente, é menos provável que sobrevivamos e prosperemos. Mas esta explicação só se aplica a uma pequena quantidade do conhecimento científico. Há pouco valor para a sobrevivência em saber, por exemplo, os detalhes complicados da teoria do espaço-tempo, ou a espécie de certos insetos, ou a distância de Júpiter a Marte. Todos estes fatos são pesquisados pelos cientistas como sendo intrinsecamente valiosos, mas eles oferecem pouca informação que possa ajudar a garantir a existência continuada de uma espécie.

A explicação verdadeira é que cientistas pesquisam estes fatos porque há um valor intrínseco em se saber o que é verdade sobre o mundo, independentemente de quanto isto nos ajude. Os seres humanos creem que o conhecimento é melhor do que a ignorância, porque creem que a verdade é melhor do que a falsidade, e que a luz é melhor do que as trevas. Mas de onde vem esta conclusão? Não de princípios científicos. A própria ciência não oferece nenhuma narrativa auto-evidente pela qual ela deva ser estudada. Não se pode estudar a ciência o suficiente, para entendermos por que devemos estudar ciência. O estudo da ciência pressupõe uma valorização da verdade que necessariamente advém de um âmbito externo ao estudo científico. Somente será racional buscar um conhecimento científico que não ofereça valor para a sobrevivência imediata, se houver algum valor externo e transcendente em conhecermos a verdade. O Teísmo oferece uma explicação porque conhecer a verdade tem valor. O ateísmo científico não oferece isto.

  1. Somente o teísmo sobrenatural nos dá garantia de que o conhecimento científico real é possível.
    O filósofo Alvin Plantinga é renomado por articular o que ele chama o “argumento evolucionário contra o naturalismo”. O argumento é complicado nos detalhes, mas simples na premissa. Plantinga começa por colocar dois fatos, um ao lado do outro, com os quais quase todos os ateus concordariam. Em primeiro lugar, que a teoria da evolução é verdadeira, e que os seres humanos, ao longo do tempo, descendem de formas de vida inferiores Em segundo lugar, os seres humanos são seres racionais num grau mais elevado e de forma superior às criaturas menos evoluídas. Plantinga, em seguida, realça a tensão entre estes dois fatos. Se os seres humanos são uma espécie mais evoluída de primatas, então, nossas faculdades cognitivas (isto é, as partes do nosso corpo e mente que nos permitem ser criaturas racionais) evoluíram a partir de faculdades cognitivas inferiores.

Mas, Plantinga diz que, se Deus não existe, então os únicos fatores que influenciaram a evolução humana, são o tempo e o acaso. Com base somente em tempo e acaso, por que deveríamos confiar que nossas mentes são realmente racionais, visto que elas são meramente o produto de mentes menos desenvolvidas (mais tempo e acaso)? Que fundamento temos para crer em nossas próprias conclusões? Como sabemos que somos realmente capazes de conhecer a verdade mais do que um primata? Se os únicos fatores em nossa existência são criaturas inferiores, tempo e acaso, como podemos saber que somos altamente desenvolvidos?

Esta observação perspicaz foi reproduzida por Thomas Nagel em seu livro recente, A Mente e o Cosmos. Nagel, um filósofo agnóstico da New York University, argumenta que a compreensão humana do universo não pode ser explicada apenas por processos evolutivos ateus. Não faz sentido pressupor que os seres humanos podem fazer sentido de seu mundo, a um nível conceitual, se a conscientizaçāo humana surgiu deste próprio mundo que está sendo conceituado. Nagel concorda com Plantinga que o naturalismo ateísta não pode explicar por que os seres humanos podem ser criaturas racionais e fazer coisas racionais que podem ser confiáveis.

O conhecimento científico só é possível, se coisas impossíveis de serem provadas ​​pela ciência, são realmente verdade. Se Carl Sagan estiver certo, e o universo material é tudo o que já houve, o que há, e o que jamais haverá, então a própria ciência nada mais é, do que um tiro no escuro. Se, no entanto, os seres humanos são o produto de uma mente infinitamente superior, então temos justificativa para acreditarmos que a verdade e a falsidade são realidades, e não apenas um teatro de sombras dos nossos antepassados.

Traduzido por Carlos Dourado.

FONTE https://coalizaopeloevangelho.org/article/4-respostas-simples-para-o-ateismo-cientifico/


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