Os bispos da Igreja da Inglaterra pediram desculpas à comunidade LGBT por sua “rejeição e exclusão” dentro da denominação, dizendo que agora são “bem-vindos e valorizados” dentro da igreja.
A mudança ocorre dois dias depois que a denominação anunciou seu apoio a uma proposta que permite que casais do mesmo sexo recebam “as bênçãos de Deus”. O bispo sênior da denominação, Justin Welby, disse que não planeja oferecer bênçãos a casais do mesmo sexo neste momento.
A denominação emitiu o pedido de desculpas na sexta-feira antes da reunião do Sínodo Geral no próximo mês em um relatório intitulado “Vivendo no amor e na fé: uma resposta dos bispos da Igreja da Inglaterra sobre identidade, sexualidade, relacionamentos e casamento”.
“Queremos nos desculpar pela maneira como a Igreja da Inglaterra tratou as pessoas LGBTQI+ – tanto aquelas que frequentam nossas igrejas quanto aquelas que não o fazem”, disseram os bispos em um comunicado . sobre a posição da denominação sobre a sexualidade.
“Pelas vezes que rejeitamos ou excluímos você e aqueles que você ama, lamentamos profundamente. As ocasiões em que você recebeu uma resposta hostil e homofóbica em nossas igrejas são vergonhosas e por isso nos arrependemos.”
“Enquanto ouvíamos, nos disseram várias vezes como falhamos com as pessoas LGBTQI+”, continua o comunicado. “Não te amamos como Deus te ama, e isso está profundamente errado. Afirmamos, pública e inequivocamente, que as pessoas LGBTQI+ são bem-vindas e valorizadas: somos todos filhos de Deus.”
A Igreja da Inglaterra também elaborou orações e leituras para “oferecer ao clero uma variedade de maneiras flexíveis de afirmar e celebrar casais do mesmo sexo na igreja e incluirá orações de dedicação, ação de graças e pela bênção de Deus”.
As orações propostas, disseram os bispos, serão “inteiramente discricionárias”, já que o ensino formal da denominação nos cânones e nas liturgias autorizadas permanece inalterado – que o Santo Matrimônio é entre um homem e uma mulher por toda a vida.
“Embora haja uma série de convicções mantidas pelos bispos sobre este importante assunto, não encontramos consenso suficiente para propor uma mudança na doutrina no momento”, afirmaram os bispos.
O arcebispo de Canterbury Welby, principal líder da denominação, disse que se absteria de usar as orações.
“Por causa do meu cuidado pastoral e responsabilidade em ser um foco de unidade para toda a Comunhão, eu irei – embora celebrando com alegria e alegria esses novos recursos – não os usarei pessoalmente para não comprometer esse cuidado pastoral”, Welby disse em entrevista coletiva na sexta-feira.
O arcebispo de York, Stephen Cottrell, disse que oferecerá bênçãos a casais do mesmo sexo, mas entende a posição de Welby.
“Esta é a provisão pastoral mais completa que podemos oferecer no momento sem alterar a legislação e isso levaria anos de qualquer maneira”, disse Cottrell. “Anos e anos. Podemos oferecer isso em breve, e agradeço a Deus por isso. Espero que seja bem recebido em nossa igreja e em nosso mundo.”
Na quarta-feira, Welby disse que “não tem ilusões de que o que estamos propondo hoje parecerá ir longe demais para alguns e não o suficiente para outros”.
“[Mas] espero que o que concordamos seja recebido com espírito de generosidade, buscando o bem comum.”
Sarah Mullally, bispo de Londres e presidente do grupo de bispos encarregado de formar a proposta, reconheceu que o processo “foi caro e doloroso para muitos de todos os lados”.
“Ficamos comovidos com o que ouvimos e vimos”, disse ela. “E o que ficou muito claro, embora continue a haver desacordo entre os bispos e entre a igreja em geral sobre essas questões, é um forte desejo de continuar a compartilhar nossa vida juntos em Cristo com todas as nossas diferenças”.
Penny Mordaunt, líder da Câmara dos Comuns britânica, instou a Igreja da Inglaterra a mudar seu ensino doutrinário sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo na semana passada.
Andrea Williams, diretora-executiva do grupo de defesa conservador Christian Concern e ex-membro leigo do Sínodo Geral, disse em um comunicado pedido de desculpas pode ser um “ponto de virada” e sinalizar o declínio da denominação.
“O cristianismo ensina que a expressão sexual é reservada para o casamento entre um homem e uma mulher. Qualquer outra forma de relacionamento sexual é sexualmente imoral”, disse Williams.
fonte https://www.christianpost.com/news/church-of-england-apologizes-for-treatment-of-lgbt-people.html
