Um estudo do “Instituto para o Impacto da Fé na Vida” descobriu que as pessoas de fé na Grã-Bretanha são significativamente mais felizes do que os ateus e as pessoas não religiosas, afirma Phil Knox, especialista sênior em evangelismo e missiologia da Aliança Evangélica.
O estudo relata que 73% daqueles que se identificam como pessoas de fé dizem sentir “bem-estar psicológico”, em comparação com apenas 49% dos ateus.
E ainda aponta que 76% se descrevem como felizes, em comparação com 52% dos ateus. Além de 69% que se dizem otimistas quanto ao seu próprio futuro, em comparação com 42% dos ateus.
Igreja e pertencimento
O Dr. Rakib Ehsan, pesquisador sênior associado e autor do relatório, reconhece a conexão, exortando: “O senso de pertencimento e propósito que pode ser fornecido por meio de formas religiosas e espirituais de apego e filiação deve ser mais bem explorado pelos formuladores de políticas.”
“Pergunto-me se para nós, como Igreja do Reino Unido, independentemente do que façamos para cultivar e facilitar a amizade e a comunidade, poderemos aumentar os nossos esforços e intencionalidade nesta área vital”, diz Knox, refletindo sobre a fala de Ehsan.
Segundo Knox, o apelo da família da igreja também desempenha um papel significativo na forma como as pessoas se tornam cristãs neste momento. E exemplifica: “Na semana passada acabei dividindo um táxi com um estranho. Quando ele perguntou o que eu fazia, a conversa inevitavelmente se voltou para a fé”.
O homem disse: “Não sou religioso, mas adoro o aspecto comunitário. Posso ver como isso faz a diferença para as pessoas”.
Bem-estar e propósito
“Numa era secular, onde muitos consideram a religião prejudicial à sociedade, talvez ela não seja assim tão má”, diz Knox, completando que algumas novas pesquisas sugerem que “a fé é extremamente boa para nós [cristãos]”.
Autor de “Story Bearer: How to share your faith with your friends” (Portador de História: Como compartilhar sua fé com seus amigos, em tradução livre), Knox acredita que estas descobertas devem oferecer nova confiança e encorajamento no valor de ser um seguidor de Jesus.
“Quando sabemos que somos amados pelo Criador do universo, temos significado e propósito no caos da existência, uma identidade segura em um mundo de confusão, conhecemos o perdão pelo nosso passado, a presença de Deus conosco todos os dias e a certeza de que tudo ficará bem no final, não é surpresa que isso leve a um bem-estar psicológico positivo”, justifica.
Vácuo de esperança
Knox fala sobre a desesperança que as pessoas que não têm fé experimentam em seu dia a dia.
“Algumas semanas atrás, embarquei no trem dolorosamente cedo às 6h26 para Londres e tropecei sonolento na loja do trem para uma injeção tão necessária de cafeína matinal. Foi aí que cometi o erro de perguntar à garçonete como ela estava”, relatou.
Knoz diz que a resposta da mulher foi um tsunami de dor, no qual ela conseguiu lamentar uma lista de problemas, desde um pé dolorido até a ameaça da Terceira Guerra Mundial.
No entanto, ele conta que, diante daquela desesperança, respondeu à garçonete de forma simpática e alegre: “Todos nós precisamos de um pouco de esperança, não é?!” Mas enquanto ele afastava com seu café, as palavras dela soaram em seus ouvidos: “Mas não há esperança!”
Knox relata outras experiências com pessoas que se sentem sem esperança.
“Ao conversar com amigos, vizinhos e, ocasionalmente, baristas, percebo mais do que nunca um vácuo de esperança”, diz.
“Não posso deixar de sentir, ao ler as manchetes sobre níveis cada vez maiores de ansiedade e depressão, que este déficit de esperança está contribuindo para uma crise de bem-estar no nosso mundo”.
Pessoas de boas notícias
Knox lembra que, como cristãos, somos pessoas de boas notícias num mundo de más notícias: “Certamente esta é a nossa distinção como aqueles que carregam luz nas trevas”.
Sobre a pesquisa, ele diz não estar surpreendido com as conclusões dela justamente pelo fato de as pessoas de fé tenderem a fazer parte de uma comunidade de fé e, numa era de individualização, os benefícios da amizade e da pertença são mais importantes do que nunca.
E conta seu próprio testemunho: “Fiquei cativado pela amizade durante 2020, um ano devastador, no auge do qual minha mãe morreu de câncer”.
Knox diz que duas coisas o sustentaram durante aquela época tumultuada: fé e amizade.
“Não preparamos uma refeição por quase 3 meses. Éramos muito amados pela nossa comunidade de amigos que nos sustentavam. Ao pesquisar e escrever sobre este assunto, descobri que os estudos mostram consistentemente os benefícios físicos, mentais e emocionais da amizade. É como se tivéssemos sido criados para conhecer e ser conhecidos”.
Testemunho à garçonete
“De volta ao trem, não consegui me livrar do decreto da garçonete de que não havia esperança e, muito nervoso, escrevi-lhe um bilhete para tentar alegrar seu dia, contando minha história de como Jesus havia mudado minha vida e explicando um pouco do que traz consigo luz para o meu mundo”, relatou.
Ele diz que “seu rosto se iluminou quando eu timidamente expliquei e entreguei”.
E finaliza: “O Salmo 103 nos encoraja a ‘não esquecer todos os seus benefícios’. Que possamos ser lembrados hoje de como é bom conhecer o nosso Criador e que possamos levar essa esperança a um mundo que dela precisa tão desesperadamente neste momento. Porque o segredo da felicidade, assim como da vida eterna, não é o que você conhece, mas sim quem você conhece”.
fonte https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/pessoas-de-fe-estao-em-media-20-mais-satisfeitas-com-vida-do-que-ateus-diz-estudo.html