No dia 8 de janeiro de 2008, eu estava num ministério universitário no Leste Asiático. Eu tinha acabado de conhecer um aluno chamado “James”. Nos conhecemos jogando basquete e nos tornamos amigos rapidamente. E, como praticamente todos ao seu redor, ele nunca tinha ouvido falar de Jesus Cristo.
Durante várias semanas, compartilhei o evangelho com ele várias vezes. Ele parecia interessado e fazia perguntas ótimas, mas não conseguia rejeitar a visão de mundo ateísta que havia sido enraizada nele por quase duas décadas.
Vergonha
Um dia, consegui uma cópia do filme de Jesus no idioma dele, e agendamos uma hora para assistirmos juntos. Eu nunca tinha assistido antes e não sabia o que esperar. Mas com todas as histórias e estatísticas associadas ao filme, estava ansioso para que o James assistisse. Lembro que era o meu último dia de ministério no semestre, as férias de inverno estavam prestes a começar e os meus pais estavam chegando para visitar no dia seguinte. Eu estava de bom humor. E quando eu e o James sentamos na sala de estar do meu apartamento e eu inseri o DVD, tinha altas esperanças.
Não tenho certeza se o James ouviu um barulho após cerca de sete minutos de exibição, mas, se ouviu, eram as minhas esperanças caindo por terra. O James era um cara atualizado, moderno, que tinha visto muito mais das últimas ofertas de Hollywood do que eu. O filme de Jesus, enquanto isso, é da tecnologia de ponta de 1979. Confesso que me senti envergonhado. Envergonhado de sujeitá-lo a uma atuação de segunda, e a uma cinematografia tão horrível (Jesus está levitando?) por duas longas horas. Honestamente, temi que isso teria um efeito contraprodutivo, fazendo com que o cristianismo parecesse mais tolo do que antes.
Quando o filme terminou e os créditos subiram, preparei-me para o seu veredito. O James virou-se e olhou para mim e, com sinceridade em seus olhos, simplesmente disse: “Este foi o melhor filme que já vi”. Fiquei chocado.
Naquela tarde, o James colocou a sua fé em Jesus Cristo.
Aprendi a lição
Esta história não serve só para demonstrar minha falta de fé patética, ela me inspira a continuar confiando no poder da Palavra de Deus para fazer o impossível, não na criatividade ou “sabedoria” humana. Considere as palavras de Paulo a uma igreja local:
A palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus… Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação. Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. (1 Co 1.18, 20-25)
Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. (Rm 1.16)
Não Perca a Esperança
Durante a última década, Deus foi tão bom com o James. Ele se formou na faculdade e agora é um ministro para universitários em tempo integral no Leste Asiático. Estar junto a ele, há alguns anos, quando se casou com uma mulher piedosa, foi um privilégio que nunca vou esquecer.
Quando eu e o James entramos no meu apartamento naquela tarde fria de janeiro, há 10 anos, nenhum de nós tinha ideia do quanto a sua vida seria radicalmente diferente hoje. Mas Deus sabia.
Ele sabia, em Cristo, os planos que Ele tinha para o James. E ele não podia esperar para desenvolvê-los nos anos seguintes.
Amigos, nunca subestimem o poder da Palavra de Deus. É um fogo que pode derreter, e um martelo que pode quebrantar até os corações mais difíceis (Jr 23.29). Se você ama uma pessoa perdida, não se desespere. Continue orando. Continue compartilhando. Continue na esperança. Como já disseram, Deus está muito mais disposto a salvar os pecadores do que os pecadores estão dispostos a ser salvos.
Podemos agendar reuniões, mas, graças a Deus, ele agenda as conversões.
Traduzido por Mariana Alves Passos.
Matt Smethurst é editor-chefe da The Gospel Coalition e autor de Before You Open Your Bible: Nine Heart Postures for Approaching God’s Word (10Publishing, 2019) e de 1–2 Thessalonians: A 12-Week Study (Crossway, 2017) [1–2 Tessalonicenses: Um Estudo de 12 Semanas]. Ele e a esposa, Maghan, têm três filhos e moram em Louisville, Kentucky, EUA. Eles pertencem à Igreja Batista Third Avenue, onde o Matt é presbítero. Pode-se segui-lo no Twitter.ç
fonte https://coalizaopeloevangelho.org/article/o-dia-em-que-cometi-meu-maior-erro-em-evangelismo/
