Qual será o impacto da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho? Sem saber o que a IA realmente representa, muitos temem um panorama apocalíptico que poderia lembrar cenas do filme O Exterminador do Futuro, estrelado por Arnold Schwarzenegger e famoso na década de 1980, em que o homem é substituído pela máquina. Um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado na metade do mês passado, antes das reuniões do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, indica que 40% dos empregos no mundo serão afetados pelo avanço dela. Mas o que isso realmente significa?
O advogado Guilherme Guidi, pesquisador e professor de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(PUC-MG) e head de direito digital do escritório Freitas Ferraz Advogados, diz que é preciso entender os números divulgados pelo FMI. “Geralmente, quando essas instituições fazem essa análise, elas usam intencionalmente as palavras ‘afetar’ e ‘impactar’ de uma forma genérica, porque não está se falando aqui que a IA vai acabar com 40% dos empregos no mundo. A forma de interpretar deve ser: 40% dos empregos talvez tenham alterações na sua dinâmica do dia a dia”, sugere.
Guidi afirma que há uma crescente pressão para que as empresas que desenvolvem alguma tecnologia de IA estabeleçam limites para ela. “O ser humano não será substituído. Na maioria dos casos, ele vai ter uma mudança no modo como trabalha e vai passar a usar a tecnologia como um apoio. Se antes eu precisava de três advogados e um estagiário para fazer uma pesquisa de muitos dias e ir a uma biblioteca para levantar um grande número de decisões judiciais, hoje já existem ferramentas que me permitem fazer esse tipo de pesquisa com exatidão maior em um tempo absurdamente curto”, explica.
Para ele, o mundo já passou por diversas revoluções tecnológicas como a que estamos vivendo hoje. “Acho que o mais razoável é a gente ver as alterações no jeito como as pessoas exercem suas profissões. No geral, a gente sempre tem mudanças no paradigma, ou seja, sobre como as coisas funcionam na sociedade. A inteligência artificial deve seguir um caminho semelhante ao que ocorreu quando a internet foi inventada, se popularizou e mudou radicalmente como as empresas fazem negócios e influenciar de forma diferente cada trabalhador”, opina.
Guidi dá um exemplo: “em uma indústria, o pessoal do chão de fábrica, da manutenção das máquinas, possivelmente será pouco ou, às vezes, nada afetado. O impacto mais imediato será provavelmente para gerentes, coordenadores, funções em que o profissional tem que analisar um número de informações e tomar uma decisão. Uma pessoa nesse nível gerencial conseguirá utilizar a IA para facilitar o seu trabalho. Em vez dela ler 200 relatórios, somando aí mil páginas por semana, pode passar tudo isso por uma IA e obter respostas específicas para determinados questionamentos”, analisa.
Entretanto isso também acarreta uma mudança de habilidade dos trabalhadores. “Cada profissão acaba tendo seus requisitos específicos. Pensando que a inteligência artificial tem diversas aplicações diferentes, possivelmente, no futuro, ela pode ter uma aplicação específica para cada área, como analisar imagens ou analisar um texto. É possível que os profissionais para ocupar uma vaga de trabalho tenham que cumprir a exigência de saber usar essa ferramenta específica de IA. Me parece que a sociedade como um todo se beneficiaria se aprender os conceitos básicos sobre como a IA funciona e também suas limitações”, avalia.
Contudo não se deve pensar que a IA resolverá todos os problemas profissionais e que o ser humano não terá mais responsabilidade sobre o seu trabalho. “Já aconteceu de um advogado pedir ao ChatGPT para fazer uma petição e a IA inventou informações que não existiam, inclusive, casos judiciais e algumas decisões anteriores. O juiz que estava decidindo não achou esses casos. Verificaram e tinha sido de fato um uso indevido de inteligência artificial. O advogado em questão foi denunciado à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)”, conta.
Para Guidi, o meio mais fácil para começar e ganhar um pouco de familiaridade com a IA é simplesmente testá-la. “Há ferramentas ótimas no mercado, gratuitas, como o ChatGPT, o Bard e o Copilot, que é da Microsoft. Todas elas têm versões gratuitas e acho que o primeiro passso que quem deseja começar a se instruir na tecnologia deve dar é experimentar. Acesse as ferramentas, faça algumas perguntas, peça para que ela gere alguns textos, comece a entender como cada uma funciona e o que ela pode agregar no seu dia a dia”, conclui.
Prepare-se com Deus
Se você quer se preparar para as mudanças dinâmicas que afetam o mercado de trabalho e a sua carreira, faça como milhões de pessoas e participe da reunião Prosperidade com Deus. O encontro baseado na Palavra de Deus acontece sempre às segundas-feiras, em todos os templos da Universal.
FONTE https://www.universal.org/noticias/post/a-ia-vai-substituir-o-homem-no-mercado-de-trabalho/