Por que isso não mexe com você?

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Cada ser humano é único, mas há características que são comuns a todos nós. Temos instintos naturais, como o de sobrevivência, e aprendemos coisas com o decorrer do tempo, como nos alimentar, falar e andar. Outros traços acabam fazendo parte do indivíduo por influência do ambiente em que ele vive, como a vestimenta e o hábito alimentar, e também há habilidades que são adquiridas de modo subliminar – por exemplo, por meio de brincadeiras.

Você já fez o jogo dos sete erros? Você vê duas imagens semelhantes e precisa apontar as diferenças entre elas e ignorar completamente todos os detalhes idênticos. Se estabelecermos um paralelo, isso acontece na vida acadêmica de muitas pessoas, que se culpam pelas questões respondidas erroneamente nas avaliações, mesmo que tenha sido uma única, não é verdade? Aquele erro incomoda, principalmente se ele for responsável pela reprovação, e desconsideramos os acertos.

Isso também se reflete em outros aspectos da sociedade, como no consumo de informação. Não, não vamos falar de fake news, desinformação ou pós-verdade. A questão aqui são as notícias geralmente verídicas, mas carregadas de negativismo, vitimismo e pessimismo em casos considerados irreversíveis, que estampam manchetes, são propagadas em redes sociais e comentadas com conhecidos e desconhecidos.

Inclinação para o que é ruim
As situações boas e ruins estão acontecendo e virando notícia o tempo inteiro, mas o que realmente prende a nossa atenção? Especialistas norte-americanos estudaram a reação de pessoas de 17 países em seis continentes em relação a notícias positivas e negativas. A pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, em 2019, revelou que o ser humano tem a tendência de prestar mais atenção a notícias negativas, que o Brasil é o país em que esse comportamento ficou mais evidente e que, mesmo que as pessoas queiram ouvir notícias boas, elas focam nas ruins.

A sociedade acaba absorvendo massivamente as notícias de quem tenta se matar (e de quem, infelizmente, consegue), de usuários de drogas e marginalizados, de serial killers, de atiradores em escolas, de fenômenos naturais com milhares de vítimas fatais, entre outros exemplos.

A psicanalista Carol Tilkian lembra que há várias pesquisas científicas que comprovam a maior atratividade por notícias negativas e os especialistas apontam que o ser humano entende que ignorá-las pode gerar riscos a si mesmo. “Em geral, as notícias negativas fazem com que acessemos nosso estado de ‘luta’ ou ‘fuga’, quando nos mantemos atentos, tensos e à espera de um desastre. Numa espécie de instinto de sobrevivência, buscamos quaisquer indícios de que algo ruim está para acontecer. O perigo dessa lógica é que criamos uma espécie de estado emocional inflamado, em que nos tornamos menos empáticos, vulneráreis e abertos. Nossos níveis de cortisol aumentam e nossa capacidade cognitiva e digestiva diminui”, explica.

Dessa forma, com a amplificação e o destaque ao que é negativo, vemos uma sociedade mais irritada, mais ansiosa e mais isolada e também o aumento do medo de que algo ruim aconteça, da agressividade e da desconfiança.

Mas não são apenas as notícias que chegam automaticamente até nós, pois também temos a tendência de buscá-las. Recentemente, o Google divulgou a lista dos termos mais pesquisados em 2023 e, entre as dez notícias mais buscadas pelos usuários, estão conflitos, como a guerra em Israel e no Sudão; os casos dos atiradores nas escolas em Maine e Nashville, nos Estados Unidos; acidentes, como o desaparecimento do submarino no oceano Atlântico em junho passado; fenômenos naturais, como o terremoto na Turquia e três grandes furacões que ocorreram este ano; e a missão indiana do Chandrayaan-3 na Lua. Todas têm teor negativo.

“Infelizmente, prestamos muito mais atenção e comentamos mais as notícias negativas. É e será um trabalho árduo fazer com que as pessoas mudem esse modo de ser e de absorvê-las. Tudo, porém, pode mudar com esclarecimento e dando ‘voz’, como a Folha Universal está fazendo, a outros tipos de informação”, comenta a mestre em psicologia Eliana Rosito.

Não dá ibope, mas inspira
Os relatos descritos nestas páginas são de pessoas que estavam no fundo do poço, se consideravam um caso perdido e que não tinham mais perspectiva de vida. Contudo, ao terem suas vidas transformadas, não tiveram seus nomes procurados na internet nem viram suas histórias serem compartilhadas na mesma proporção que acontece com as histórias negativas. Mas essa realidade pode – e deve – mudar.

Carol diz que, assim como se fala em nutrição alimentar, é preciso falar de nutrição emocional e que ela é alcançada com o consumo de conteúdos inspiradores: “o ser humano é movido por histórias e trazer exemplos concretos de conexão, reinvenção e amor faz com que possamos acreditar e desenvolver essas narrativas em nossa jornada”.

O que aconteceria se a imprensa focasse mais no que é bom, útil e agradável e oferecesse à sociedade histórias positivas? Eliana responde: “um mundo melhor, onde o ser humano sabe lidar com as adversidades sem achar culpados mas, sim, tentando melhorar quem ele é”.

“Usuária de drogas tenta se matar e é salva por caminhoneiro.” Essa manchete estampou os jornais em 2017 e revelou a triste condição em que Juliana Vasconcelos (foto abaixo) vivia. Quem vê hoje a empresária de 37 anos nem imagina a sua história e que ela passou a infância em um lar cristão e feliz, até que, na adolescência, sua personalidade se modificou por influência das amizades. “Na escola, comecei a ter vergonha da Fé e era muita perseguida. Isso me afastou da minha família e da Presença de Deus. Mesmo servindo a Ele, acabei vivendo uma vida dupla por um tempo, até conhecer as drogas e ir de vez para o mundo”, conta.

Tudo começou com o cigarro, depois vieram as bebidas, até que ela foi apresentada à maconha. Ela passou a frequentar bailes na comunidade com traficantes de drogas e foi presa, mas diz que o fundo do poço foi quando, depois de 12 anos nos vícios, conheceu o crack. O convívio em casa já não existia mais e ela foi parar nas ruas. “Eu reconhecia o prazer momentâneo que a substância me causava e, então, eu vivia em função de ter mais uma pedra de crack a qualquer custo. Passei a roubar, a enganar e a me prostituir. Eu era capaz de qualquer coisa para esconder o meu sofrimento”, relata.

Seu estado era tão deplorável que ela foi desenganada pela medicina. Diagnosticada com depressão, síndrome do pânico e esquizofrenia, ela foi internada compulsoriamente várias vezes pelo Ministério Público. “Eu até tentava sair do vício com medicamentos, indo ao psiquiatra e ao psicólogo, com internações, terapia, viagens, amizades, relacionamentos, mas as tentativas eram frustradas. Como sem usar crack eu tinha vontade de morrer, eu o consumia sempre e, assim, comecei a ter princípios de overdose. Adquiri uma tuberculose crônica e, segundo os médicos, eu não tinha mais de dois meses de vida”, recorda.

 

Certa vez, depois de quatro dias sem dormir, sem comer, sem ir para casa e com a última pedra de crack na mão, Juliana diz que olhou para si mesma e que viu o “monstro” que tinha se tornado. Isso a deixou desesperada e ela acreditou que existia apenas uma solução: a morte. Então, ela foi até uma passarela na rodovia Anchieta, em São Paulo, subiu na grade de proteção e se jogou. Enquanto caía em direção ao chão, seu pensamento era: “meu Deus”. Naquele momento, um motorista de caminhão notou o que estava acontecendo, deu ré no veículo e amorteceu o impacto da queda dela a tempo de salvá-la. “Eu não conseguia me mexer, mas ouvia vozes ao meu redor. Eu estava confusa e, quando o resgate chegou, percebi que estava viva. Entrei em desespero por não ter conseguido morrer”, ressalta.

Naquele instante, a mãe de Juliana estava na Universal intercedendo pela filha, como fazia há anos. Então ela decidiu voltar para a Casa do Pai. “Virei as costas para tudo e encontrei uma força que eu nunca tive”, afirma. Ela diz que praticava tudo que aprendia no Altar e se batizou nas águas. “Quando recebi o Espírito Santo, no dia do meu aniversário, tudo mudou.” Hoje ela é feliz, casada e tem seu próprio negócio. “Depois do batismo com o Espírito Santo, meu casamento foi a maior bênção, pois eu me achava incapaz de ter uma família, como muitas pessoas que acham impossível realizar o sonho de ter uma família, mas eu consegui por meio da Fé e da obediência”, conclui.

Já viu pessoas que tatuam todo o corpo e fazem cirurgias plásticas com o objetivo de modificar completamente a sua aparência? Nicole Alves, (foto abaixo) instrutora de pilates, de 25 anos, um dia almejou isso. Com menos de 4 anos, ela foi vítima de abuso e, por conta do seu temperamento e da desobediência, cresceu sendo aquela criança “difícil de lidar”. Na escola, Nicole também passou a ser vítima de bullying por conta do seu peso.

 

“Cheguei até a apanhar e a ser perseguida. A angústia começou a ser mais frequente, tive crises de ansiedade e comecei a ter distúrbios alimentares, pois ficava muito tempo sem comer e, quando comia, eu incitava o vômito ou tomava laxantes com a intenção de me adequar a um padrão”, descreve.

Foi aos 13 anos que ela teve contato com o cigarro e as bebidas e, na ânsia de ter amigos, se deixou influenciar por eles, o que culminou na prática de pequenos furtos. Por causa das constantes discussões com os pais, ela vivia sozinha em seu quarto e se refugiava na internet, o que gerou nela o vício em pornografia. Mas quanto mais ela tentava sair da situação, pior ficava e, aos 15 anos, ela misturou remédio com bebidas com o intuito de se matar.

“Entrei na faculdade e ali tive contato com as drogas ilícitas. Comecei com maconha, depois lança-perfume, ‘bala’ e me embriagava diariamente”, conta. Depois, ela também tentou encontrar alento em relacionamentos. “Comecei a me relacionar com homens e mulheres. Uma noite eu me relacionei com seis pessoas. Eu só sabia o primeiro nome delas, mas não sabia se eram os verdadeiros”, destaca.

Ao chegar à maioridade, ela começou a se tatuar. “Eu pensava em suicídio 24 horas por dia. A dor na minha alma era tão grande que eu queria senti-la no meu corpo. Então, gastei todo o meu salário para fazer a primeira tatuagem e, depois disso, a vontade de fazer mais só aumentou, porque na hora em que eu sentia aquela dor era o momento também de inibir a dor que estava dentro de mim. Eu não tinha crise de ansiedade ou angústia quando sentia o cheiro do meu sangue. Aquilo, então, era um prazer”, relata. Suas tatuagens não tinham um significado, mas foram inspiradas na religião wicca, que ela seguia pela internet.

 

Os pais de Nicole lhe disseram que ela era a imagem e semelhança de Deus e que seu corpo era templo do Espírito Santo, mas isso só fez com que Nicole sentisse raiva, pois ela não acreditava em Deus e blasfemava contra Ele. Em razão disso, ela foi enfática ao dizer: “eu não quero ser parecida com Deus e vou me desfigurar toda. Vou me modificar inteira”. Assim, ela procurou um cirurgião-dentista para bifurcar sua língua e pesquisou cirurgias plásticas que deixassem sua orelha pontuda, pois sua intenção, como diz, era “parecer uma bruxa do bem”.

Foi quando sua família enfim conheceu a Fé e sua mãe a convidou para acompanhá-la na Universal. Nicole, com a intenção apenas de reatar o relacionamento com a mãe, aceitou o convite. Ela esperava ser tratada com indiferença por conta de sua aparência, mas diz que foi tão bem recebida na Igreja que retornou na semana seguinte para buscar a cura dos vícios. De lá para cá, ela se libertou das drogas e das bebidas, renunciou ao relacionamento que não lhe fazia bem e passou a obedecer a Deus.

Hoje, quem olha para Nicole ainda pode ver as 86 marcas em sua pele, mas aquelas que ela carregava internamente não existem mais, o que pode ser notado por meio do seu comportamento, do seu brilho no olhar e de sua relação pacífica com as pessoas ao seu redor. Ela relata o que promoveu essa mudança: “estive face a face com Deus”. Em outras palavras, ela recebeu o Espírito Santo e, se antes queria deturpar sua imagem o máximo possível, agora o que mais anseia é ser a imagem e semelhança de Deus todos os dias.

A violência doméstica é uma triste realidade em muitos lares e, ao presenciarem esse cenário, muitas crianças e adolescentes crescem revoltados e reproduzem essa violência fora dessas paredes chamadas de “lar”. Foram as constantes brigas em casa e ver seu pai agredir a sua mãe que levaram Rodrigo Rodrigues, (foto abaixo) de 37 anos, que atualmente trabalha na área da construção civil, a entrar para a criminalidade. “Me envolvi com amizades erradas e, quando me dei conta, estava no tráfico. Conheci as drogas e usava maconha, LSD, êxtase e lança-perfume”, lembra.

 

Sempre obediente às ordens recebidas no crime, ele logo ganhou a confiança dos traficantes e foi assumindo diferentes cargos, conforme relata: “até me tornei o segurança pessoal do ‘dono do morro’. Participei de muitas ‘guerras’ contra traficantes, de confrontos com a polícia e até do tribunal do tráfico, decidindo quem ia viver ou morrer”.

Rodrigo viveu assim por dez anos, em meio às drogas, bebidas, orgias e arriscando sua vida diversas vezes. Até que uma lamentável situação fez com que ele abrisse seus olhos e percebesse que a qualquer instante realmente poderia morrer. Ele conta que viu oito amigos morrerem, enquanto ele foi espancado e torturado, escapando com vida por pouco. Ao ser levado para a delegacia, lembrou que sua mãe sempre orava por ele e tentava aconselhá-lo a mudar de vida por meio da Fé.

Ao se ver em liberdade depois de algumas horas na prisão, ele acabou aceitando o convite de sua mãe para acompanhá-la a uma reunião na Universal, afinal, ele já não aguentava mais a vida que levava e, depois de tantos livramentos, ele acreditava que era Deus que o chamava. “Ali na Igreja, Deus falou comigo que Ele mudaria a minha vida se de fato eu me rendesse e me entregasse. Foi o que fiz. Decidi largar tudo e comecei a buscar ao Senhor Jesus”, diz, ressaltando que foi perdendo o interesse pela criminalidade.

 

“Rapidamente entendi que precisava me batizar nas águas e foi o que fiz. Depois, entendi que precisava ter um encontro com Deus e receber o Espírito Santo, pois eu ouvia que só poderia permanecer na Presença dEle se tivesse o Seu Espírito. Então, O busquei com todas as minhas forças e O recebi. Fui completamente transformado. Saiu de mim todo complexo, raiva, amargura, ódio e o prazer pelas coisas do mundo e recebi a paz”, relata.

Depois de dedicar tanto tempo à criminalidade, atualmente, Rodrigo é outro homem: “hoje, tenho prazer pelas coisas da Fé e faço questão de levar a Palavra de Deus às comunidades do Rio de Janeiro. Agora sou um bom filho e minha família é feliz por me ver livre daquela triste vida que eu levava no passado”, encerra.

E agora?

Ainda que esses casos, outrora considerados “perdidos”, tenham sido revertidos por meio da Fé, mas não mexam da mesma forma com todas as pessoas, a Palavra de Deus orienta: “retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal” (1 Tessalonicenses 5.21 – ARA). Sabemos que não podemos viver em uma bolha, isolados da cruel realidade do mundo que jaz no maligno, e que diariamente leremos histórias como a do passado de Juliana nas drogas, o de Rodrigo no tráfico e o de Nicole que acreditava que a mudança de imagem lhe traria algum alento. No entanto suas vidas e histórias mudaram completamente e isso acontece – e continuará a acontecer – com muitas pessoas.

Não podemos ignorar a realidade, mas também não devemos nos alimentar do negativismo e do sensacionalismo. Há histórias de superação, há verdade, há bondade e há a possibilidade de você – também – ser a próxima pessoa a testemunhar a transformação em sua própria vida.

fonte https://www.universal.org/noticias/post/por-que-isso-nao-mexe-com-voce/

 


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