As Três Dicas de Daniel para Sobreviver na Universidade da Babilônia

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O perigo não estava nas palavras da professora quando instruiu 300 alunos numa sala de aula a não terem filhos, em nome da Mãe Terra.

O perigo estava no silêncio sem risos que se seguiu. O perigo estava nas centenas de cabeças balançando em uníssono.

Neste outono, famílias nos Estados Unidos estão enchendo seus carros com mini geladeiras e acessórios para o dormitório, se preparando para enviar os filhos para o mundo universitário. Nos últimos anos, a ansiedade na comunidade cristã em relação a jovens indo para a faculdade tem crescido muito, e com razão.

Novos universitários estão adentrando a Babilônia. Embora Daniel não tenha ido voluntariamente à Babilônia (mas foi forçosamente exilado lá), seu exemplo bíblico de fidelidade naquele lugar pode ajudar a encorajar tanto estudantes quanto seus pais.

Como jovem estudantes, Daniel e seus amigos na Babilônia estudaram ao lado de colegas incrédulos para receber uma educação secular rigorosa sob um regime que exigia obediência. A história de Daniel pode ajudar estudantes universitários crentes não apenas a sobreviver, mas a florescer em suas próprias Babilônias. Vamos considerar seus conselhos.

1. Evite a “mesa do rei”.
As ideias promovidas pela Babilônia não abalaram Daniel. Assim como os estudantes de hoje, Daniel e seus amigos encontraram muitos conceitos hostis à sua fé, ao estudar a literatura dos caldeus: astrologia, adivinhação, mitologias imorais. Com muita sabedoria entenderam que a pressão social mina a lealdade ao reino de Deus de forma muito mais rápida e eficaz do que qualquer ladainha ideológica de um professor. Essa é uma das razões pelas quais Daniel e seus amigos optaram por não comer das finas iguarias do rei nem beber seu vinho (Dn 1.8). Embora fizessem parte da sala de aula do rei, não fariam parte do seu banquete.

Essa escolha os separou dos outros sábios em treinamento. Sua decisão corajosa logo de início de renunciar à comida deliciosa os uniu e lhes deu uma identidade contracultural como parte do povo de Deus. Evitar o vinho do rei manteve suas mentes lúcidas para batalhas intelectuais.

Da mesma forma, os estudantes cristãos universitários devem evitar as iguarias e o vinho do rei. Sim, isso significa não participar de festas em repúblicas estudantis. Mas também significa limitar nossos pontos de contato sociais mais íntimos (como refeições regulares juntos) e amizades mais profundamente enraizadas, a outros crentes.

Sacrificar a inclusão social pode doer. Mas Daniel e seus amigos estavam dispostos a pagar o preço de serem fiéis. Cultivar comunhão resistente com outros crentes necessita ser nosso modo padrão desde o início.

2. Coma com crentes.
As Escrituras nos dizem que aqueles que são fiéis no pouco também são fiéis no muito. Como puderam Hananias, Misael e Azarias ter coragem para enfrentar a ira ardente de seu rei? Como pôde Daniel andar passo a passo a caminho da cova dos leões? Tal forte determinação foi construída sobre uma base de mil refeições corriqueiras, não registradas nas Escrituras.

Estudantes cristãos que negligenciam refeições regulares com outros crentes—preferencialmente no contexto de uma igreja local—estão se privando dos nutrientes necessários para um estilo de vida corajoso. Os cristãos não devem subestimar o que o Senhor fará com aqueles reunidos em seu nome, particularmente em lugares onde seu nome é blasfemado rotineiramente. Cada refeição compartilhada com o povo de Deus é um ato de guerra espiritual.

Se os estudantes não estão rememorando privadamente a quem pertencem, eles se esquecerão disso quando em público. Durante meus (Catie) anos de faculdade, toda terça-feira jantávamos sopa com as outras garotas. Contávamos as histórias do dia, ríamos das mentiras do mundo e substituíamos as calorias dos aperitivos de festas vazias e destrutivas pelo pão artesanal, quente e rico, de conversas significativas e companheirismo espiritual. Com o tempo, comecei a ficar ávida para desafiar ideologias danosas propostas pelos colegas na manhã seguinte, porque eu sabia que minha postura pela verdade renderia uma história encorajadora no jantar de terça-feira.

3. Abençoe a Babilônia.
Embora evitar a ‘mesa’ da universidade possa parecer meio separatista, combativo ou indiferente aos descrentes, essa distância estratégica acaba capacitando o povo de Deus a abençoar a Babilônia. Foi pelo fato de que os outros sábios não puderam interpretar o seu sonho que o rei Nabucodonosor estava prestes a eliminar todos os sábios (Dn 2.12). Essa mesma destruição sistemática do conhecimento e da vida humana é refletida na nossa Babilônia moderna, com o suicídio intelectual que acontece nos departamentos de humanidades e suicídios literais ocorrendo entre os estudantes.

A comunhão e as orações de Daniel e de seus amigos deram início à solução (vv 17-19). Sua conexão ininterrupta com Deus trouxe vida ao império. Deus mostrou a Daniel o sonho de Nabucodonosor e sua interpretação e preservou o conhecimento babilônico.

Da mesma forma, cristãos lúcidos e firmes em suas convicções brilham na escuridão. Eles têm a firmeza e clareza para proferir palavras de vida nos momentos oportunos, seja na sala de aula ou aconselhando estudantes incrédulos, sempre com o objetivo de trazê-los para o rebanho. A preparação para esse tipo de discurso transformador começa com a resistência diária à “vida normal” do campus e o cultivo diário do companheirismo cristão.

Os cristãos nos campi que estão ansiosos para compartilhar a verdade com seus colegas não crentes, podem instintivamente querer começar se relacionando com eles, frequentando seus espaços, participando de suas rotinas culturais e ‘vivendo a vida’ com eles como uma espécie de pré-evangelismo. Mas o exemplo de Daniel mostra que em uma Babilônia cultural hostil, o oposto se faz necessário. Para levar os pagãos aos fundamentos sólidos de fé, é necessário que os cristãos se recusem a participar de rituais pagãos de inclusão social. Ao invés de se assimilarem a uma cultura que corrói a crença, os cristãos necessitam ser como torres para onde os descrentes podem correr.

Forme núcleos de resistência
A ansiedade em relação à faculdade faz sentido, seja ela em relação a si mesmo ou a estudantes que amamos. Sem dúvida, a universidade contemporânea é a vanguarda da besta da Babilônia. A escolha que os cristãos enfrentam nos campi modernos é simples: ser assimilado ao caminho babilônico ou resistir e manter a fé.

Ao escolhermos o caminho da resistência, necessitamos ser estratégicos e decisivos. Tentar se sentir próximo a Deus de forma vaga e confraternizar frequentemente com os perdidos (em nome de um “amor que ganha almas”) pode ser mais agradável, mas provavelmente não será eficaz como estratégia de evangelismo a longo prazo, e muito menos para a saúde de nossa própria fé.

Daniel demonstra táticas bíblicas para viver na Babilônia ao confrontar o rei e ao conversar e orar regularmente durante refeições com crentes. Se formarmos núcleos de resistência com crentes, a própria universidade será salva. Se orarmos juntos como grupos de irmãos e irmãs—incentivando-nos uns aos outros à ortodoxia e à ortopraxia fiel—a sabedoria da universidade será restaurada. Se desfrutarmos da comunhão à mesa que orienta nossos corações ao redor da adoração ao único Deus verdadeiro, encontraremos o poder para permanecer firmes quando enfrentarmos uma fornalha ardente ou uma cova de leões.

Embora você enfrente provações, tribulações e a espada social, não tenha medo. O Deus que colocou Daniel na Babilônia, que o salvou da cova dos leões, que esteve na fornalha com ele e seus amigos, e que deu a esses irmãos a companhia uns dos outros, também guia e estará com você na Babilônia da vida universitária.

Traduzido por David Bello Bondarenco.

Andrew M. Selby (PhD, Universidade Baylor) é professor de humanidades e latim na Trinity Classical Academy em Santa Clarita, Califórnia, EUA e é diácono na Christ Church Santa Clarita. Ele é casado com Malea e é pai de cinco filhos. Ele é autor de Ambrose of Milan’s On the Holy Spirit: Rhetoric, Theology, and Sources (Gorgias Press, 2020).

Catie Robertson (BSc, Universidade da Califórnia, Los Angeles) atualmente é professora na Trinity Classical Academy em Santa Clarita, Califórnia, EUA.

FONTE https://coalizaopeloevangelho.org/article/as-tres-dicas-de-daniel-para-sobreviver-na-universidade-da-babilonia/

 


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